Prova Dos 9 Da Cbn - João Borges

Será divulgada nesta tarde a nova taxa de juros do Copom. João Borges acredita que a crise do petróleo deflagrada pelo ataque a uma petroleira na Arábia Saudita não vai afetar os índices da Selic, ao menos por ora. 'Claro que novos eventos podem surgir e mudar o cenário. Mas a tendência é de acomodação'.

Dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira mostram que o comércio teve alta de 1% no mês de julho no país. 'A tendência de melhora é clara', avalia João Borges. Média trimestral do setor aumentou 0,5%.

João Borges destaca que é um avanço muito grande. 'A situação dos estados e municípios no que diz respeito à Previdência é pior do que a do governo federal'. Ele acrescenta que 'aquilo que se consegue de economia com a reforma da Previdência para a União você perde caso não seja aprovada a reforma dos estados'.

João Borges comenta os números do PIB do segundo trimestre, divulgado nesta manhã. O país escapou da recessão técnica. 'O sinal é positivo, não é um zero a zero'. Ele destaca que só a agropecuária teve queda, o que precisa ser investigado. A indústria surpreendeu positivamente.

João Borges faz uma análise sobre o cenário político no país vizinho. Ele avalia que, se Alberto Fernandez vencer, o acordo do Mercosul com a União Europeia seria tão interessante do ponto de vista econômico para a Argentina que o novo governo se inclinaria a apoiá-lo. Mas, sobre a relação do próprio Mercosul, Brasil deve adotar postura mais radical, podendo reformular o próprio bloco econômico, encerrando a união aduaneira.

João Borges comenta dados divulgados pelo IBGE, que mostram que vendas no comércio cresceram apenas 0,1% em junho. Comentarista fala ainda sobre a reforma da Previdência e destaca que, sem ela, governo não consegue organizar minimamente as contas públicas.

João Borges falou dos dados do IBGE sobre desemprego, taxa de subutilização e de pessoas desalentadas. ‘É uma melhora significativa, mas em um quadro ainda muito ruim. A econômica continua estagnada, com alguns sinais de melhora’. Ele também falou o acordo comercial com os EUA e a reunião do Copom. João Borges disse que a expectativa de analistas é de queda de 0.5 ponto percentual. A taxa básica de juros, a Selic, cairia de 6,5% para 6%, o nível mais baixo já registrado desde a criação do sistema de metas de inflação.

João Borges avalia que hoje as vendas no varejo estão muito baixas e que experiências anteriores de liberação do FGTS mostram que o dinheiro vai para o consumo. Se os saques forem anuais, como indica Paulo Guedes, passaria a ser um componente de renda permanente do trabalhador. "Não é tanta coisa, mas não deixa de ser uma renda adicional", diz.

João Borges explicou que a medida vai alcançar também as contas ativas. A estimativa é de que isso resulte na injeção de R$ 30 bilhões na economia. O objetivo, segundo ele, é tirar o país da 'paralisia'.

João Borges analisou o IPCA que ficou em 0,01% em junho, a menor taxa do ano. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,23% no primeiro semestre e de 3,37% nos últimos 12 meses. João Borges aponta fatores como a recuperação de credibilidade do Banco Central e a contribuição perversa do desemprego. Segundo ele, a economia precisa de impulsos para reagir e um resgate geral da confiança para investidores.