Sinopsis
Sufoco em meu sangue, mas ressurjo na arte. Com a visão turva, enxergo além do visível. O que meus olhos alcançam é apenas uma gota do que habita em mim. Eu sei: à medida que o tempo passa, o corpo perde a forma. Quantas possibilidades! Quanta beleza! Quando fecho os olhos, sinto expulsar meus demônios, sinto como se nunca estivesse com os pés no chão, sinto o vento no meu rosto e ganho asas para voar. É quando o voo vem do espírito que a vida se renova. As asas me dão velocidade, visão aberta e ampla; os pés me dão firmeza, o passo a passo devagar. Luto com asas e pés, em alternância com os capítulos que escrevo ao longo dos anos. Há perigo aqui. Me sinto ferida, remendada. Sonho com vida, mas gero e exalo morte. Sou duas, nenhuma, sou todas. Estou desestruturada. Sou mulher, mas me sinto como uma caça. Agredida, atingida injustamente, machucada. Sou um alce sendo caçado com flechas vindas de todos os lados. Por que eu, com meu corpo tão querido? Por quê tanto sofrer se é mais fácil apenas libertar? Me falta o ar, sobram flores e cores. Para que tanta resistência? Pregos cravados em minha espinha — o que é a realidade? Não sei, não sei. Corro em busca do lugar onde eu possa me ...